Economia tem expansão de 1,74% no 3º trimestre, indica BC

 

Por Alexandro Martello, G1 — Brasília

 


 

A economia brasileira acelerou seu ritmo de crescimento no terceiro trimestre deste ano, segundo apontam números divulgados pelo Banco Central nesta sexta-feira (16).

De acordo com a instituição, o chamado Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) registrou uma alta de 1,74% neste período, na comparação com o segundo trimestre de 2018. O número foi calculado com "ajuste sazonal", uma "compensação" para comparar períodos diferentes de um ano.

De acordo com a série histórica do IBC-Br, divulgada na página do Banco Central na internet, esse foi o maior crescimento do indicador desde o segundo trimestre de 2012 – quando avançou 1,92% em termos dessazonalizados.

RESULTADOS TRIMESTRAIS DO IBC-BR (DESSAZONALIZADO)
 
1,151,15-0,15-0,15-0,79-0,791,741,744º TRIMESTRE DE 20171º TRIMESTRE DE 20182º TRIMESTRE DE 20183º TRIMESTRE DE 2018-1012
4º TRIMESTRE DE 2017
1,15
Fonte: BANCO CENTRAL

O IBC-Br, do Banco Central, é um indicador criado para tentar antecipar o resultado do Produto Interno Bruto (PIB), que é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os indicadores, porém, nem sempre mostram proximidade (veja abaixo). Os números oficiais do PIB do terceiro trimestre deste ano serão divulgados pelo IBGE no dia 30 de novembro.

 
VARIAÇÃO DO PIB TRIMESTRAL — Foto: IBGE VARIAÇÃO DO PIB TRIMESTRAL — Foto: IBGE

VARIAÇÃO DO PIB TRIMESTRAL — Foto: IBGE

A aceleração do ritmo de crescimento da economia acontece foi influenciada pela greve dos caminhoneiros, que reteve o PIB do segundo trimestre deste ano. Naquele período, foi registrada expansão módica de 0,2%, de acordo com dados oficiais.

 

Setembro, parcial do ano e resultado em 12 meses

 

Os dados do BC mostram que, somente em setembro, o IBC-Br registrou uma retração de 0,09%, contra agosto. A comparação também foi feita após ajuste sazonal, considerada mais apropriada por analistas.

Quando a comparação é feita com setembro do ano passado (sem ajuste sazonal, pois são períodos iguais), houve um crescimento de 0,72%, de acordo com o Banco Central.

Na parcial deste ano, informou o BC, foi registrada uma expansão de 1,14% no indicador do nível de atividade da economia brasileira (sem ajuste sazonal).

Já no acumulado em 12 meses até setembro, houve uma expansão de 1,45% (também sem ajuste), segundo dados da instituição.

 

PIB X IBC-Br

 

O Produto Interno Bruto é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia. Em 2017, o PIB teve uma alta de 1%, após dois anos consecutivos de retração.

O cálculo do IBC-Br, porém, é um pouco diferente do usado no PIB. O indicador do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos. Os resultados do IBC-Br nem sempre mostraram proximidade com os dados oficiais divulgados pelo IBGE.

O próprio BC já informou que "há que se ter cuidado nas comparações trimestrais do IBC-Br e o PIB". Segundo a instituição, características conceituais e metodológicas do IBC-Br (entre as quais o processo de dessazonalização) podem ocasionar diferenças temporárias entre a sua evolução e a do PIB, "ensejando cautela em comparações nos horizontes mais curtos".

 

Definição da taxa de juros

 

O IBC-Br ajuda o Banco Central na definição dos juros básicos da economia. Atualmente, a taxa Selic está em 6,50% ao ano, na mínima histórica.

Pelo sistema que vigora no Brasil, o BC precisa ajustar os juros para atingir as metas preestabelecidas de inflação. Quanto maiores as taxas, menos pessoas e empresas ficam dispostas a consumir, o que tende a fazer com que os preços baixem ou fiquem estáveis.

Para 2018, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Desse modo, o IPCA, considerado a inflação oficial do país e medida pelo IBGE, pode ficar entre 3% e 6%, sem que a meta seja formalmente descumprida.